Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Acreditar é fundamental

Nesta última semana, aconteceu algo que considerei incrível e me desculpem porque até agora não consegui contar a história para quem quer que fosse sem derramar uma lágrima. Tenho uma aluna chamada Vitória e o "problema" era simples: ela não falava com ninguém, nem com a professora. Durante todas as aulas eu via ela querer esboçar sua opinião quando eu perguntava: preciso que vocês me ajudem dando alguns palpites e eu sempre tentava, do meu jeitinho, fazer com que ela falasse, se expressasse. Já na última aula, quando eu fui passar o questionário eu cheguei e disse pra ela, como faço todos os dias: "Oi, Vitória. tudo bom? Como você está? " e para a minha surpresa e mais profunda satisfação ela me respondeu e não só isso, conversou comigo. Para mim não foi apenas uma conversa, foi um aceite, uma porta aberta para mim. Eu sequer lembro das coisas que ela me falou de tão extasiada que fiquei. Me lembro apenas de ela ter questionado sobre a questão 4 e ter me dito que não sabia o que escrever mas sabia que eram muitos grãos. Cheguei em casa me sentindo extremamente satisfeita, depois de abraços, pedidos do tipo "professora, fica com a gente" e na última turma que passei os meninos até gritavam festejando achando que iria ter aula naquele dia. Só de lembrar que o primeiro comentário que ouvi sobre a Vitória foi: "Professora, nem adianta falar com ela, essa menina não fala com ninguém não, nem coma professora." Pois é, eu não escolhi ser professora, essa profissão foi quem me escolheu e sei que persevero porque acredito bastante no meu trabalho com meus pequenos.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O fim de um ciclo

Bom, ontem eu tentei postar mas fiquei sem ter o que escrever. Mas não posso deixar passar e não falar da melhor parte do Círculo: o material humano.

Minha aulas terminaram semana passada, mas meu último dia na escola foi terça. Segunda pela manhã, fui à escola para a festinha de Natal das minhas crianças (rs), acredito que todos ficamos sensibilizados com esse clima de fim de ano mas na segunda pela manhã foi doloroso demais ver as crianças me pedindo: "tia, passa natal comigo lá em casa" "professora, diz que vai ficar pra sempre na escola". Chorei feito os menores vendo o Papai Noel. Na terça à noite, fui para a festa de colação das turmas do 5º ano e mais emoção, pois o fim de um ciclo é sempre emocionante, talvez seja esse o motivo dessa sensibilidade à flor da pele a cada fim de ano. Uma aluna me surpreendeu durante o discurso de oradora agradecendo por eu ter entrado na escola e dizendo que vai se esforçar pra ser uma boa aluna e lembrar do que ensinei. (Preciso repetir que chorei?). Fiquei triste de não ter gravado o momento, mas vou lembrar sempre disso.

Me formei há pouco tempo e sou licenciada para trabalhar com os alunos do fundamental maior e ensino médio. Entrei para o Círculo pois vi uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos para minha vida profissional. Mas ganhei muito mais do que isso, o que aprendi com essas crianças não se escreve em nenhum Curriculo Lattes.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Semana final

Hoje eu terminei oficialmente todas as aulas do círculo, com a festa de fim de ano dos alunos muitos se despediram com grandes abraços, outros com singelos tchau e alguns perguntaram se eu tinha parado de gostar deles, uns mais fofos do que outros e eu só tenho agradecer a todos por esse grande projeto além da escola que me acolheu de forma maravilhosa e os alunos que fizeram desse projeto possível! Não recebi tantas mensagens deles mas coloquei nas fotos algumas delas.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Finalizando

    Finalizando minhas atividades, quero agradecer o acolhimento e respeito que recebi por todos na escola, o tempo talvez foi curto e corrido, mas o suficiente para criar raízes para perpetuar uma longa caminhada. No início pensei em não aceitar participar do projeto, mas procurei saber um pouco mais e compreendi que era algo totalmente novo e que abordava um problema alarmante em nosso país que é o ensino da matemática mas especificamente a dificuldade das crianças com a matemática, um assunto que já me chamava atenção e pensava em desenvolver meu trabalho nesta área, percebi que era exatamente o que eu estava procurando. E ao participar do I Workshop com Bob e Ellen, e escutar suas experiências e como é "O Círculo da Matemática" então pensei, sem dúvida fiz a escolha certa!
       O grande recompensador é ver a amizade, o carinho, e o desenvolver das crianças. Perceber que alguma coisa por mais pequena que seja, fez a diferença na vida delas. Alunos que não falavam muito, começaram a participar mais, aluna que passava mal só de ver contas de matemática e que no questionário final, foi a primeira a entregar e ouvir ela dizer "obrigada tia"....tudo isso me faz pensar o quanto é importante não ter pressa em aplicar uma atividade, deixar as crianças participarem mesmo com as resposta errada, objetivando a auto-estima e gosto pela matemática.
       Quero também parabenizar meus colegas do círculo por participarem deste projeto inovador e ao mesmo tempo desafiador, porque desconstruir velhos hábitos de sala de aula e  reconstruir, exige  dedicação e força de vontade para mudar e acreditar que sim é possível.

Presentes que ganhei das crianças nesta última semana, refletindo o agradecimento e afeto que construímos no decorrer das aulas.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Reconhecimento

Ontem na hora do intervalo encontrei duas professoras na lanchonete, uma delas tem uma turminha com quem faço as aulas do Círculo da Matemática e a outra tem uma filha que está em uma das minhas turminhas do Círculo. Aí eu tava comentando que ainda faltava eu aplicar o questionário final e perguntei se eu poderia ir lá na turma dela chamar os alunos que faltavam apenas para a aplicação do questionário e ela disse que tudo bem. E a outra logo acrescentou: "Ah! A minha filha adora as tuas aulas, toda vez ela vem toda animada dizendo que a aula 'da sala dos bichos' (laboratório de biologia) foi muito legal."
E isso me fez pensar bastante. Lembro que no primeiro workshop eu quase não falei do que eu esperava do projeto. Não que eu não esperasse que desse certo, mas eu sou meio de acreditar mais nos resultados do que nas expectativas, isso é coisa minha, na minha vida acadêmica aprendi muito a ter o pensamento desse jeito. E hoje, conversando com umas das coordenadoras pedagógicas da escola, falei pra ela que, como era um projeto piloto, não sabíamos se realmente daria certo, mas hoje posso dizer com todas as letras, que DEU CERTO SIM! Estou muito feliz com tudo o que tem acontecido na escola. As professoras chegam comigo e falam que os alunos melhoraram bastante, não só na matemática, mas no comportamento, na disciplina e no interesse em aprender e eu vejo isso todas as vezes que estou andando pela trilha e vem aquele monte de crianças correndo me abraçar. Vi isso na animação deles todas as vezes em que eu chegava na porta de suas salas e eles faziam a maior festa, quando eles me abordavam pela trilha perguntando "tia, a senhora vai chamar a gente hoje?".
É gratificante perceber que estou fazendo a diferença no aprendizado dessas crianças e espero contribuir desssa forma cada vez mais.

Despedidas

Ontem eu terminei as aulas com o quinto ano, e eles definitivamente foram maravilhosos, apresentaram uma excelente evolução e eu vou sentir falta deles, era uma das minhas melhores turmas e quando eu terminei ontem todos me abraçaram e alguns até pediram pra eu ser professora deles haha. Essa foto é um pouco antiga mas como eu ainda não tinha postado resolvi postar agora, nesse dia eles estavam fazendo a atividade do sanduíche e na hora que eu deixei eles dividirem o sanduíche eles adoraram, não foi a melhor atividade que eles fizeram mas foi a que eles mais participaram com certeza!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O melhor dos reconhecimentos!

 Esta etapa do círculo está acabando, é uma pena. Foi muito bom ensinar e aprender com as crianças. Poder sentir o carinho deles foi muito gratificante. De fato foi como os professores Kaplan falavam, as crianças são nossas amigas pra vida. Como toda amizade  houveram seus desentendimentos e discórdias, mas no geral foi muito positivo. Alguns ficaram de birra comigo por dois fatos: devido ao tempo da produtora não puderam ser gravados (eles ficaram arrasados com isso) e na ultima aula um menino tava soltando uma ou outra palavra e inglês, daí ele me perguntou se eu sabia falar inglês e pediu pra eu falar (...) acabou que eu falei algumas frases em inglês! Ficaram pedindo pra eu ensinar matemática e inglês pra eles, pediram até pra eu ficar no lugar da professora deles. (rs) O convívio com essas crianças foi uma experiência incrível. Obrigado ao círculo da matemática por essa oportunidade. Em especial aos coordenadores Angels, Aladya e Flávio.

o questionário incompleto que é uma felicidade

Em uma das turmas, tive um aluno que, no primeiro questionário, preencheu apenas o seu nome. Mesmo depois de vários encontros, era difícil fazê-lo participar das aulas.

Tive uma surpresa quando, um dia, em uma atividade em que fiz o jogo da senha (adivinhar um número), ele me pediu para escrever os números na lousa! (eu escrevia os algarismos de 0 a 9 na lousa para que as crianças pudessem, primeiro, observar quais os algarismos que formavam o número que eu tinha em mente). 

No questionário final, não tinha muita esperança de que ele quisesse respondê-lo. Realmente, logo que entreguei o questionário para a turma, ele se negou a fazer. Abaixou a cabeça e lá ficou. Sentei do seu lado e pedi, educadamente, que ele pelo menos colocasse seu nome. Fui lendo as questões para ele e ele respondeu mais de metade das questões!

No outro dia, fui a mesma escola para dar aula para outras turmas e este aluno me abraçou e sorriu. Depois de tantos altos e baixos, não poderia ter tido uma despedida mais feliz.

Questionário final!!!

Tive uma impressão super positiva do questionário, apesar da maioria ficar meio perdido com certas perguntas. - Amei a cara que eles faziam quando liam a questão 4. A maioria dizia que era impossível, outros diziam que dava mas levaria a vida toda, outros escreviam um 1 e depois colocava vários zeros e outros colocavam infinito, foi ótimo. Os alunos do GEEMPA (3° ano) realmente tem sérias dificuldades de aprendizado e atenção, seria necessário muitas e muitas aulas para ver uma grande melhora. Mas no geral foi muito positivo, a evolução realmente aconteceu e foi sentida até mesmo pelas professoras. Espero que mais alunos possam ter a chance de participar desse belo projeto o mais breve possível.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Questionário

     Quando apliquei o questionário, comecei contando a estória de que alguém no dia anterior tinha me entregado 1000 questionários para responder, e se conseguisse entregar até o final do dia, receberia um prêmio, um livro muito legal. Mas, falei para as crianças que respondi apenas dois questionários e expus minha grande vontade de ganhar o livro e como não consegui responder todos, queria ajuda para terminar. E claro as crianças prontamente me reponderam que me ajudariam. E até sugeriram responder mais de um questionário. Respondi que elas só poderiam me ajudar apenas uma vez, e iria pedir a ajuda de outras crianças.
E na aula seguinte elas "Tia a senhora conseguiu ganhar o livro?" Respondi que sim, e até levei um livro que comprei recentemente para mostrar como prêmio. Agora na aplicação do questionário final, vou dizer-lhes que tenho outro desafio a cumprir.....

O Relógio


A semana foi de brincar no Relógio, em todas as turmas comecei fazendo um círculo e perguntava as crianças o que era a figura no quadro para saber se todos sabiam, e teve criança que falou que era um ovo, e de dinossauro. Na hora de desenhar o boneco, como em algumas turmas eu tenho desenhistas natos, pedi a ajuda deles para desenhar personagens de desenho animado como o Minion, Pica-pau e entre outros...
Mas recompensador foi ver uma aluna que nos primeiros dias de aula logo quando apliquei o questionário ela começou a se sentir mal e isso ainda ocorreu ainda duas aulas depois, porque ela não conseguia entender e via que seus colegas respondiam muito mais rápido que ela e isso a fazia se sentir inferior. Aos poucos, no decorrer das aulas do círculo fui fazendo com ela participasse, perguntando a opinião dela explicando que o importante era sua participação, e não a resposta certa ou errada, ou quem respondia mais rápido. Com isso sua participação nas aulas começou a aumentar, mas na atividade do relógio ela se  a alegria dela em poder contribuir com a resposta.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Mais um dia...


Eu cheguei em uma das salas do 3 ano sem o conteúdo feito. Apenas sabia que ia trabalhar com mais enfoque na atividade que eles escolhessem e a atividade que essa turma escolheu foi a da bailarina. Bom, "então vamos trabalhar com pulos maiores !" , eu disse à turma. E assim eu perguntei o numero de saltos que a bailarina devia fazer e a outro eu perguntei quantas vezes ela devia fazer aquilo. Assim, funcionou todos os números. Dessa forma, a aula foi rolando até alguns deles perceberem que o total de "pulinhos" que ela fazia era a multiplicação dos números, ai sempre quando eles decidiam o numero de pulos e quantas vezes ia fazer aquilo ele multiplicavam e achavam a resposta. Mas, então eu disse que dessa vez a bailarina não ia partir mais do zero e sim de outro numero. Então, eles já começaram a pensar mais. E ficaram com a missão de encontrar também uma maneira mais rápida da bailarina pular. Também propus de fazer varias saltos de formas diferentes ao mesmo tempo e saber aonde ela ia parar de dançar. Bom, foi muito legal e as crianças já estão mais soltas e confortáveis dentro da sala. Sabemos que não são todas, pois ainda existem aqueles que não querem participar e aqueles que encontram outra diversão no momento da aulas. Mas, estou chegando ao fim com um sentimento de missão cumprida. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Apresentação do Projeto na Semana Universitária da UECE

Olá pessoal.
Gostaria de registrar a apresentação de um resumo na Semana Universitária da Universidade Estadual do Ceará! 
Fiz o resumo junto com os educadores de Fortaleza: Italo, Karol, Priscila Belo e Lucas.O Flávio também nos ajudou.
A apresentação foi de 15 minutos, incluindo o tempo para as perguntas. 
Falei dos pontos principais do projeto.
O que me chamou mais a atenção foi uma pergunta: "Vocês já pensaram em utilizar materiais manipuláveis?"

Eu falei que o diferencial do projeto era esse, de fazer uma aula interessante justamente usando apenas o pincel e o apagador, mas que alguns de nós já havia utilizado algum material." 
Os expectadores acharam o projeto bem interessante.


Atividade Sanduíche

Essa semana fiz a atividade do sanduíche com os alunos do 3º ano. Foi bem interessante, pois consegui fazer com que eles ficassem motivados a conseguir dividir o sanduíche de maneiras diferentes das que os colegas haviam feito. Inicie a aula falando sobre o problema que eu tinha para dividir o sanduíche entre minha sobrinha e mais 3 colegas dela. Daí eles ficaram perguntando se realmente era verdade, falei que sim!  Falei que precisava da ajuda deles pra poder saber de quantas maneiras diferentes eu poderia dividir o sanduíche em 4 partes iguais. Todos foram para a lousa, foi bem interessante.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

kabum!!!



Na semana passada, um tanto conturbada por motivos de doença, só foi possível realizar apenas seis aulas. Contudo, minha grande recompensa é ver como as crianças estão evoluindo e gostando cada vez mais das aulas do círculo.
Apliquei a atividade dos pontos explosivos, e claro foi a sensação ou como eles dizem "Foi Firme" que na linguagem deles como a própria diretora me confirmou que significa algo muito legal.

Para as crianças fazer Kabum, foi tão legal para elas, e assim que elas descobriram como funcionava os pontos explosivos, então elas foram para o quadro fazer as bolinhas, e surgiram os números grandes até porque elas queriam fazer muitas vezes Kabum!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Relógio e o tempo de aprendizagem

Ainda na semana passada, usei o Relógio para conversarmos sobre tempo e tempos. O tempo de brincar, o tempo de estudar, de namorar... Perdi algumas fotos da atividade, as que mostravam o início da atividade. Abaixo, J. está pensando em como o "Doido" (como foi batizado nosso viajante do tempo) pode passar por todos os números se pular de 7 em 7. Essa aluna é uma daquelas que sempre fazia questão de olhar para mim e dizer que nem sabia o que ia fazer na sala. Foi a que mais participou! E a que mais instigou seus colegas. Pena que chupa dedo... (eca!)

Eles acharam a estrela formada no relógio bonita. Lembraram do Natal. Mas perceberam que alguns números davam certo, mesmo que rodassem todo o relógio. Daí a tabela da foto acima marcada com linhas na foto abaixo.

Chato que não deu para fazer com outra turma, porque as aulas foram suspensas por causa de uma forte chuva que caiu na cidade semana passada.

Retomada das postagens

Bom, foram, pelo menos, três meses de atividades realizadas pelo Círculo da Matemática. Muitas idas e vindas, muitos acertos, muitos erros... Enfim. No meio de tudo isso, imprevistos que atrapalharam a descrição das atividades. Pelo menos comigo, a falta da internet me impediu de fazer as postagens no Blog. Fotos foram tiradas, boas ideias apresentadas pelos alunos... Tudo isso foi muito prejudicado, deixei de mostrar interpretações interessantes (pelo menos esse é o meu ponto de vista) sobre o que os alunos compreenderam das atividades apresentadas. Mas, enfim.

Semana passada, consegui aplicar a atividade dos pontos explosivos. Como sempre, tem aquele que não participa; acha que é algo desnecessário, que já sabe TUDO de matemática e não participa. Mas, de algum jeito, sempre termina sendo contagiado por aqueles que participam. O que mais me chamou a atenção foi o que uma aluna escreveu sobre o que é, para ela o Zero:

Por falta de tempo, ainda não consegui conversar direito com Bia sobre esse pensamento dela. 
Esta atividade veio "a calhar", pois a professora estava iniciando a questão da adição e da subtração com o famoso "vai 1". Sem contar que puderam fazer associações dos pontos com números e, enfim, entenderam, como acontece esse tipo de operação matemática.



Carinho das crianças

Estamos quase no fim dessa etapa do círculo da matemática. É ótimo ver a evolução matemática das crianças. O ideal seria mais tempo para trabalhar melhor os fundamentos matemáticos. Está sendo uma experiência incrível e recompensadora trabalhar com crianças. Já estou com saudades!!

(cartinha de uma aluna)

(escada dos números feita por outro aluno)
 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pergunta difícil

Hoje eu estava aplicando o questionário final em uma turminha do 3º ano e um dos alunos veio comigo e falou: "Mas professora, como é essa aqui (a questão 4)?". Então eu a repeti e perguntei: "Como você pode saber quantos grãos de areia tem na praia?". E ele disse que não dá e voltou pro seu lugar. Depois de um tempo percebi que ele havia escrito "Nunca porque é infinito" em sua resposta.
Os demais alunos vinham com contas enormes para eu responder na questão 6 e algumas eu cheguei a fazer no quadro como 20033x30034, aí o aluno da questão 4 veio e me fez a pergunta: "Toma tia, agora responde essa: 'Quantas estrelas tem no céu?' Já que a senhora veio perguntar pra mim quantos grãos de areia tem na praia!"
Eu sorri pra ele e falei que tudo bem, mas que era um pergunta difícil mesmo. Então respondi que há bilhões de estrelas no céu.

domingo, 1 de dezembro de 2013

A paqueca ou melhor, pizza

A panqueca na maioria das turmas foi trocada por uma pizza, porque segundo eles não parecia panqueca ou porque eles gostavam mais de pizza. Foi difícil conseguir a atenção quando eles tentavam e tentavam, mas não conseguiam chegar a um maior número de pedaços. O 3º ano aceitou mais do que o 2º ano, que se dispersou na maior parte dos casos. Em meio às dificuldades, um aluno em especial me surpreendeu. Ao chegar no quarto corte, ele já disse que eram onze pedaços formados. Então eu fui aumentando na tabela e ele foi dizendo os números certos. Eu perguntei como ele estava fazendo e ele disse que ia somando os cortes aos pedaços. 
No final da aula a professora da sala de recursos veio conversar comigo e eu resolvi explicar a atividade para ela, aplicando como se ela fosse a aluna. Quando chegou no quarto corte eu disse que o tal aluno tinha conseguido sem precisar cortar a panqueca. Ela achou surpreendente, pois o mesmo aluno é um dos que mais tem dificuldade e quando ele entrou na escola, segundo ela, ele enfrentava problemas em casa, enfim, um aluno que ela não imaginaria que conseguisse desenvolver o raciocínio. Fiquei feliz por ele. Dá para perceber que ele participa mais da aula.
Mudando de assunto, com relação ao comportamento das crianças, em algumas turmas foi difícil. Em uma turma, um aluno estava bem agressivo, falando obscenidades para uma colega, foi difícil controlar a turma. Em outra, um dos alunos que mais dá trabalho, quando eu achei que estava calmo, acabou por machucar um aluno com um lápis. Isso fez um pequeno corte e o aluno machucado chorou a aula inteira. Em outra eles só começaram a colaborar quando eu mandei todos à sala e eles viram que eu não estava brincando. 
Em compensação, em uma turma onde eles só queriam fazer forca no início e não queriam participar de nenhuma atividade, agora todos tentam colaborar, todo mundo quer ir no quadro participar. E, ainda bem, minha aluna com síndrome de Down quis voltar à aula e ainda ficou comigo no final. Eu acho legal que na turma dela tem uma meninas que sempre me chamam para ir lanchar na sala delas, elas sempre pegam uma cadeira para mim e agora elas sempre participam muito. Uma vez elas e mais alguns outros alunos da sala inventaram de passar o recreio comigo. Quando eu vi tinha umas 6 crianças perdendo o recreio no pátio para ficar com a professora de matemática na sala! 


Evolução das nossas aulas

Estamos chegando à etapa final de nossas aulas na maioria das escolas, mas eu, e alguns outros educadores, tivemos a oportunidade de começar em novas escolas neste fim de semestre.

Dando aula com a Janaína, nesta sexta-feira, vi como nossos estilos se adaptaram e como agora contamos com um leque maior de ideias para fazer as crianças se entusiasmarem com a nossa matemática. Imagino que seja assim com todos.

Para começar, fiz a reta e a Janaína desenhou um minion (sabem? Os minions do filme "Meu Malvado Favorito"). O nome elegido pela turma foi Bananinha - que suscitou a lembrança dos Bananas de Pijamas (um programa infantil criado na década de 90). Para nossa surpresa, as crianças conhecem este programa.

Colocamos os números na reta, com o auxílio das crianças e começamos a tentar fazê-las chegar ao conceito dos números negativos. Sorvete, Papai Noel (com Polo Norte), jornais de TV que falam "abaixo de zero", mas nada funcionava.

Demos uma pausa e resolvemos fazer pulos com o Bananinha para que ele pudesse pegar seu pijama, que estava no 12. Fomos indo de 1 em 1, de 2 em 2, ... etc. Eu sinto que aprendi a cometer mais erros, e tento chutar para mostrar às crianças que é isso que devemos fazer sempre: ter palpites/estimativas sobre o que está acontecendo. Em certo momento, escrevi mais números na reta, mas pulei alguns números. Prontamente, todos os alunos notaram!

Já no fim da aula, coloquei, ao lado da reta horizontal, uma reta vertical. Perguntamos se eles já tinham andado de elevador e sobre os botões que existiam no elevador. Chegamos até o térreo (zero) e surpresa: alguém fala (depois de eu perguntar sobre a garagem do prédio), "-1!!!".

Saí dessa aula muito feliz por nós duas e por todos os educadores do Círculo.