Abordagem para o ensino da matemática de forma participativa, colaborativa e lúdica para estimular o aprendizado, auto-estima e gosto pela matemática. Projeto apoiado pelo Instituto TIM.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Reta da Copa

Aproveitando o "clima de copa", nas últimas aulas trabalhei com os alunos a reta dos números com jogadores "chutando" a gol sobre ela.... vou explicar: posicionamos a goleira no último número que havíamos desenhado na reta (variava de acordo com a turma - 30, 40, 50, 60,...) e posicionamos o jogador escolhido (que em todas as turmas foi, claro, o Neymar) no número 0. 
O jogador tinha a bola nos pés e os alunos escolhiam se queriam que o chute dele levasse a bola a pular de 2 em 2, ou 3 em 3, etc. A meta era que acertasse o gol. 

Logo, surgiram perguntas como: "Pode chutar direto?", ou "A bola pode pular de 1 em 1?", eles chegaram a conclusão que sim e fomos anotando todos os tipos de pulos que geravam gol e os que não davam gol.

Em algumas turmas, especialmente 4º ano, eles conseguiram associar os resultados positivos com multiplicação ou divisão. Em outras apenas, conseguiram enxergar alguma lógica, mas não formalizaram.

Em uma turma de 3º ano, onde a reta ia até o 50, chegaram a conclusões bem interessantes, pois além de verem os tipos de pulos que davam certo, começaram a contar a quantidade de pulos, ou seja, registravam no quadro o que funcionava da seguinte forma:

50 pulos de 1 em 1 : ok!
2 pulos de 25 em 25: ok!
10 pulos de 5 em 5: ok!
5 pulos de 10 em 10: ok!

- Eles logo acharam engraçado que funcionava com 10 pulos de 5 em 5 e 5 pulos de 10 em 10 (disseram que parecia que um completava o outro) e conjecturaram: "Então, se funciona com 2 pulos de 25 em 25, será que funciona com 25 pulos de 2 em 2?" - testamos... e eles ficaram maravilhados que funcionava. Assim, foram tentando descobrir os outros tipos de pulos que funcionavam e junto utilizavam o que tinham descoberto. Perguntei a eles porque será que isso acontecia, mas, nesse momento, a aula terminou... Acho que foram para casa com algoi interessante para pensar e descobrir...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Soma de 1 a 10

Em uma das aulas da semana passada, um dos alunos teve uma ideia muito interessante ao somar os números.


Começamos fazendo pequenas somas como 1+2, depois 1+2+3 e 1+2+3+4 e depois passei para 1+2+3+...+10. Eles inicialmente ficaram somando na ordem crescente dos números. Então um aluno sugeriu que fizéssemos primeiro 1+2, depois 3+4 e assim sucessivamente. Então ele foi ao quadro e começou a resolver 1+2=3, 3+4=7, 5+6=11, 7+8=15, 9+10=19. Depois ele fez 3+7=10, 11+15=26, e depois somou 10+26=36, que depois somou 36+19=55, chegando ao resultado. E depois a turma disse que poderíamos somar pares diferentes, não necessariamente na ordem. E assim, foram fazendo até chegarem aos pares que resultavam na mesma soma.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Histórias matemáticas

Escrevo em resposta ao post do Victor de Belém, sobre suas aulas de Círculo na biblioteca da escola e de respeitar o interesse das crianças pelos livros, em particular quando eles tem tão pouco acesso. Concordo plenamente com ele.

A tensão entre literatura e matemática, entre alfabetização e numeramento, é muito artificial. No ranking das prioridades da maioria dos professores, em particular com os alunos mais jovens, a matemática sempre parece sair perdendo; mas sabemos que o desenvolvimento da lógica ajuda na alfabetização. E sabemos que nada como uma boa história desperta a atenção de qualquer criança por qualquer tema. Vocês devem ter escutado o Flavio relatar o caso dos alunos mega-ultra-agitados que só depois de serem cativados pela história (sangrenta, é claro!) de Teseu e o Minotaruro, pararam com as brigas e conseguiram se concentrar e acabaram trabalhando o labirinto com entusiasmo.

É um crime limitar acesso à livros. O Victor se perguntava o que o Bob e a Ellen teriam feito: a mesma coisa que ele, sem dúvida, deixar um tempinho para os alunos explorarem os livros no final da aula. E acredito que o Bob e a Ellen aproveitariam as oportunidades que surgissem para ir longe com as crianças se aventurando no território das histórias matemáticas (contos matemáticos) e no das histórias da matemática. Não é a toa que eles, além de matemáticos, são escritores, contadores de histórias.

Seria muito legal ir fazendo uma coletânea postada no blog de a) breves histórias matemáticas (contos com conteúdo matemático), existentes ou inventadas, e b) pequenos relatos e curiosidades na história da matemática. 

Uma história aqui e outra lá no momento adequado dentro do Círculo pode ser uma bela estratégia para acalmar as nossas ferinhas ou despertar interesse pelo tema tratado. 

Fica o convite! Quem se anima primeiro?

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Dia Difícil

Ontem, quinta feira, foi um dia muito difícil, pois meus alunos estavam muito agitados. Não sei o motivo, mas estavam realmente muito agitados. Quase não consegui dar aula por que eles estavam conversando e se levantando muito durante a aula, mesmo eu conversando e tudo eles não paravam. Em uma das aulas houve até uma briga, fiquei muito triste com o ocorrido, pois um dos alunos acabou chorando, então conversei muito sério com os dois e os fiz pedir desculpa um ao outro. Em seguida conversei com a turma sobre brigas e falei que não era bom isso acontecer e que qualquer coisa algum colega fizesse e que não os agradasse era para me comunicar imediatamente e que eu não queria discussões e brigas de bater entre eles. No fim eles entenderam e consegui iniciar o assunto de números entre números.

domingo, 1 de junho de 2014

Números e Pontos

Durante essa semana estive trabalhando com meus alunos a representação de números com os pontos na tabela de 1000-100-10-1. As experiências foram interessantes, mas bem diferentes dependendo da turma.

Em algumas turmas, especialmente as que já tinham tido aulas do círculo no ano passado, chegamos a trabalhar expressões numéricas. Por exemplo, em uma das turmas uma das alunas escolheu o número 8735 e construímos esse número com pontos na tabela (8 pontos na casa do milhar, 7 pontos na casa da centena, etc). Depois perguntei porque eles tinham colocado os pontos distribuídos daquela maneira e uma aluna respondeu: "Porque 8753 é igual a 1000+1000+1000+1000+1000+1000+1000+1000+100+100+100+100+100+100+10+10+10+1+1+1+1+1." Enquanto ela falava, eu escrevia no quadro e assim que terminou um aluno disse: "nossa! Que conta enorme! Não tem como escrever isso menor?". Fui anotando as sugestões deles, até que um aluno disse "acho que podíamos usar multiplicação". E assim, acabamos chegando a expressão (1000x8)+(100x7)+(10x3)+(1x5). Eles gostaram muito e quiseram tentar novamente com outros números. Foi muito legal vê-los montando expressões numéricas e compreendendo elas!

Por outro lado, em algumas turmas de 2º ano, alguns alunos não conseguiram compreender muito bem a atividade. Eles não conseguiram diferenciar milhar de centena ou dezena ou unidade. Para eles só valia a quantidade de pontos, por exemplo, se havia 9 pontos na unidade, isso era o mesmo que 9 pontos na dezena, ou que 5 pontos na centena e 4 pontos na unidade.  Com certeza, terei que retomar algumas vezes a atividade nessas turmas e pensar em maneiras de auxiliá-los a entender as posições dos números... (P.S. aceito sugestões!).